Seminário do Programa de Incentivo à Produção do Conhecimento Técnico e Científico na área da Cultura da FCRB apresenta pesquisas sobre direito à informação, à cultura e à comunicação
- Eula D.T.Cabral
- 3 de dez. de 2024
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Nos dias 3 e 4 de dezembro de 2024, de 9h às 18h, acontece na Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) o Seminário do Programa de Incentivo à Produção do Conhecimento Técnico e Científico na área da Cultura (PIPC). O PIPC da FCRB seleciona todos os anos pessoas que estejam cursando ou que tenham concluído graduação e/ou pós-graduação em programas de desenvolvimento tecnológico, de referência em preservação e tratamento de acervos, assim como de pesquisa em história, direito, filologia, estudos ruianos e políticas culturais. Os membros do grupo EPCC - Economia Política da Comunicação e da Cultura (CNPq/FCRB), Danielle Furlani e Vitor Ferreira, bolsistas do projeto Cultura, Comunicação e Informação na era digital, sob orientação da coordenadora do EPCC (CNPq/FCRB), Eula D.T. Cabral, falam no dia 3/12, às 15h, sobre direito à informação, cultura e comunicação na Sala de Pesquisa localizada no jardim da FCRB. "Das plataformas digitais ao mercado editorial: o papel da intelectualidade na legitimação do antifeminismo" é o título do trabalho que será apresentado por Danielle Furlani.
A pesquisa é vinculada ao projeto “Cultura, Comunicação e Informação na era digital” (CABRAL, 2021). Tendo como base a democratização da informação, o estudo leva em consideração as pesquisas bibliográfica e documental, verificando a dimensão intelectual do antifeminismo, ainda pouco explorado pela literatura acadêmica, mas essencial para compreender as justificativas políticas e culturais que sustentam esse contramovimento. Contrariando o senso comum que tende a associar o antifeminismo à ignorância, argumenta-se que esse movimento possui uma base intelectual significativa, capaz de legitimá-lo e fornecer suporte teórico aos seus militantes. Para ilustrar essa dinâmica, o trabalho contempla a trajetória da deputada estadual catarinense Ana Caroline Campagnolo, figura de destaque no cenário antifeminista brasileiro. Contextualiza-se o cenário político, cultural e social que favoreceu a emergência do antifeminismo no Brasil. Em seguida, verifica-se a trajetória acadêmica e política de Campagnolo, destacando sua atuação no parlamento, nas plataformas digitais e no mercado editorial. Conclui-se que: a combinação de estratégias editoriais, redes sociais e atuação em múltiplas arenas políticas contribui para a legitimação e expansão do discurso antifeminista na sociedade; ao apresentar um arcabouço teórico que fortalece a confiança dos militantes, o contramovimento amplia sua influência no debate público sobre gênero, direitos humanos e políticas públicas.
Vitor Ferreira apresenta "Regulamentação do streaming no Brasil: considerações sobre a cobertura jornalística dos PLs 2331/2022 e 8889/2017".
A pesquisa é vinculada ao projeto “Cultura, Comunicação e Informação na era digital” (CABRAL, 2021). Analisa a regulamentação do streaming no Brasil, tendo como foco os projetos de lei 2331/2022 e 8889/2017, levando-se em consideração as pesquisas bibliográfica e documental e análise do discurso. Na revisão teórica destacam-se os estudos de CARVALHO, SILVA, COUTINHO e OLIVEIRA (2024), AZEVEDO (2020), TRYON (2013), JENKINS (2006), BAKHTIN (2010), dentre outros. Trabalha-se com a cobertura jornalística de cinco veículos online de comunicação (Globo, Uol, Terra, Metrópoles e Gazeta do Povo), verificando-se o período de 13 de maio a 25 de julho de 2024. A pesquisa assume também uma abordagem quantitativa, no sentido de gerar dados numéricos para, em seguida, entender seus resultados a partir de análise discursiva do texto publicado no jornal online Gazeta do Povo com o título “Cinco motivos para ser contra o ‘PL da Globo’”, de autoria de Deltan Dallagnol. Como resultados, foi possível observar: a relevância do streaming no mercado audiovisual e a importância da Condecine neste processo; a expressão “pl da Globo” não somente se mostrou um instrumento de mobilização política quando dos debates públicos sobre o tema da regulamentação do streaming, como também se revela uma expressão da mentalidade e da retórica da direita política brasileira contemporânea.
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