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Mídia no Brasil: É preciso entender para mudar e melhorar a vida das pessoas

  • Foto do escritor: Eula D.T.Cabral
    Eula D.T.Cabral
  • 26 de nov.
  • 3 min de leitura

Entender o que é a mídia no Brasil, sua importância, impactos e desafios impostos à sociedade, ao Estado e ao mercado são questões fundamentais que precisam ser levadas a sério no século XXI se quisermos ter cultura, comunicação e informação democratizadas e como direitos de todo(a)s.


Minha trajetória na pesquisa sobre estas questões, no ensino superior, começa no início dos anos 90​. Era um momento onde a realidade vivida no Brasil exigia um olhar crítico e analítico. Era preciso entender o cenário, levando em consideração a economia, a política, a cultura, a sociedade e o avanço das novas tecnologias. E a ciência, com seus critérios e metodologias rígidas, mostrava como fazer estudos sobre esse panorama, buscando soluções para melhorar a vida das pessoas.


É importante ressaltar que, d​iferente do que muita gente acha, falar em mídia é ​trazer para o cerne ​a Cultura, ​a Comunicação e​ a Informação. Só é possível entender ​a realidade da mídia no Brasil, os conglomerados midiáticos e suas atuações ​quando quebramos os preconceitos​ e nos aprofundamos nos estudos, pesquisas e na criação e aplicação de legislações que garantam a democracia e a soberania nacional do país.


É fato que o brasileiro é consumidor midiático. Em 2025 registram-se mais de 80% da população vendo TV aberta, conectados à internet e buscando formas de se informar e se atualizar para terem argumentos em suas rodas de conversa. O problema é que muitos não têm noção que esses veículos de comunicação (e também de telecomunicações - incluindo a internet) são controlados por poucos conglomerados que ditam o que cada pessoa deve ver, ler e ouvir. O conteúdo das programações ficam nas mãos de poucos empresários que só têm uma preocupação: como lucrar cada vez mais com a mídia.


O Estado, formado pelos governos federal, estaduais e municipais, precisa defender os direitos dos cidadãos. A legislação precisa garantir o bem-estar das pessoas e impedir manipulação de conteúdo. Desinformar as pessoas, criar mentiras, levar ao medo, ao desespero e à morte não podem ser admissíveis.


Muitas pesquisas vêm sendo feitas na graduação e nos programas de pós-graduação sobre o panorama midiático e o seu impacto na vida do cidadão. Detectam que é primordial democratizar a mídia. E isso só é possível quando se tem democratização da cultura, da informação e da comunicação, ou seja: quando há  "reformulação das políticas públicas, a apropriação das novas tecnologias pela sociedade, a diversidade de produtores capacitados e qualificados para acessar e exercer o controle sobre os meios de grande circulação, a implementação de meios locais e comunitários e a defesa da comunicação, da cultura e da informação como direitos de todos” (Cabral e Cabral Filho, 2024, p.16).  


Conceito que abordamos na nossa coluna, uma vez que o Brasil precisa mudar, garantido a democracia e sua soberania nacional. O conceito de democratização da comunicação, da cultura e da informação, que leva em consideração as três áreas controladas pela mídia e levanta cinco desafios, foi formulado por Eula Cabral e Adilson Cabral Filho e registrado no capítulo "Democratização da comunicação, da cultura e da informação no Brasil e o papel das rádios comunitárias", publicado no ebook Democratização da Cultura, da Comunicação e da Informação na era digital​ (Cabral e Cabral Filho, 2024). Ele também vem sendo adotado na pesquisa Cultura, Comunicação e Informação na era digital (Cabral, 2025) e na obra Economia Política da Comunicação, da Cultura e da Informação (2025). A sociedade não pode mais se acomodar. As crianças, os adolescentes e os jovens brasileiros vivem momentos delicados e se sentem perdidos. É preciso entender e colocar em prática o direito e a democratização da mídia, ou seja: da cultura, da comunicação e da informação. E somente com conhecimento isso será possível.

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Autora: Eula D.T. Cabral  

Doutora e Mestre, com pós-doutorado, em Comunicação Social.  

Autora da obra Concentração da mídia no Brasil: radiodifusão e telecomunicações (2023).  

Rio de Janeiro (RJ), 26/11/2025. Veja também o capítulo "Comunicação, cultura e informação como direitos humanos" publicado na obra Comunicação, Cultura e Informação
 em perspectiva (2020).

*Mídia no Brasil é publicada toda quarta-feira no site EPCC.



 
 
 

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