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Mídia no Brasil: Para democratizar é preciso ter produtores capacitados

  • Foto do escritor: Eula D.T.Cabral
    Eula D.T.Cabral
  • 5 de nov.
  • 4 min de leitura

Hoje, dia 5 de novembro, é uma data especial: comemora-se o dia da cultura e da ciência, conforme Lei 5.579/70, dia de nascimento de Rui Barbosa. Data interessante para entendermos o terceiro desafio da democratização da mídia: a diversidade de produtores capacitados e qualificados para acessar e exercer o controle sobre os meios de grande circulação.


A democratização da mídia é um tema que nos interessa, uma vez que, no Brasil, a mídia brasileira, que influencia a cultura, a comunicação e a informação, é controlada por poucos conglomerados que não oferecem diversidade de conteúdo e nem permitem que a multiplicidade cultural brasileira seja difundida.

Mas, é possível mudar esse cenário? Como?



O conceito de democratização da comunicação, da cultura e da informação, formulado por Eula Cabral e Adilson Cabral Filho, no capítulo "Democratização da comunicação, da cultura e da informação no Brasil e o papel das rádios comunitárias", publicado no ebook Democratização da Cultura, da Comunicação e da Informação na era digital​ (Cabral e Cabral Filho, 2024), também vem sendo adotado na pesquisa Cultura, Comunicação e Informação na era digital (Cabral, 2025) e na obra Economia Política da Comunicação, da Cultura e da Informação (2025).

 

Mas, por que é importante termos pessoas capacitadas e qualificadas?


Em primeiro lugar, é importante ressaltar que nossa população é consumidora midiática e que poucos conglomerados controlam quase 100% do país. Logo, somente o mercado tenta ditar as regras e quem e como será qualificado para trabalhar para ele. Entretanto, em um país com mais de 220 milhões de habitantes e mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, não existe motivo para que o cenário atual midiático seja mantido como está. É preciso investir na população para que cada pessoa use sua inteligência e conhecimento para fazer as coisas e transformar o mundo.


É importante entender que quem fica sentado, esperando tudo na mão, se torna alvo fácil de gente que desenvolve sua inteligência e adquire cada vez mais conhecimento. Ele passa a ser visto e controlado como se fosse um fantoche, como um alienado que só reclama e briga com todo mundo, pois não pára para ler, estudar e entender as coisas. Sua mente se torna vazia, seu cotidiano e sua vida se tornam sem sentidos.


Mas, é preciso mudar e melhorar a realidade midiática do país. Todos têm inteligência, porém somente os que buscam desenvolvê-la e aprimorá-la é que ajudam a si e ao outros a terem um mundo melhor.


Quantos pesquisadores tentaram entender e ajudar o ser humano a se mover nas mudanças do planeta, da  sociedade, das revoluções industriais e de estar preparado e capacitado para usar as tecnologias a favor de todos e não só do mercado...


O mundo gira, a chuva cai, o sol aparece todos os dias, porém a realidade de cada brasileiro dependerá de sua disposição de se levantar todas as vezes que cair.


O Estado deveria cuidar e investir na sua população. O mercado não fará isso, pois seu objetivo é e sempre será o lucro.


As pessoas formam a sociedade e são elas que escolhem seus representantes políticos (que precisam defender e garantir ses direitos e deveres). São elas que têm condições de reivindicar e de tornar o panorama atual em algo que seja positivo para todo(a)s.


Com produtores capacitados e qualificados para acessar e exercer o controle sobre os meios de grande circulação, o jogo vira e a mídia pode ter uma nova direção. É importante termos pessoas capacitadas e qualificadas. Isso democratiza a mídia brasileira.



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Autora: Eula D.T. Cabral  

Doutora e Mestre, com pós-doutorado, em Comunicação Social.  

Autora da obra Concentração da mídia no Brasil: radiodifusão e telecomunicações (2023).  

Rio de Janeiro (RJ), 05/11/2025.

*Mídia no Brasil é publicada toda quarta-feira no site EPCC.

 
 
 

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