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Mídia no Brasil: Para democratizar é preciso se apropriar das novas tecnologias

  • Foto do escritor: Eula D.T.Cabral
    Eula D.T.Cabral
  • 29 de out.
  • 4 min de leitura

As novas tecnologias impactam o cotidiano da sociedade. Estão presentes na maioria das atividades exercidas pelo ser humano. E, graças à inteligência humana, evolui e vai facilitando o nosso dia a dia, como é o caso da IA (inteligência artificial), feita para auxiliar e não substituir as pessoas.


Mas, como entender, usar e se apropriar de todas as facilidades oferecidas pelas novas tecnologias? Por que governos, ao invés de investirem na população, ensinando como usar e criar novos modelos e avanços, apenas dão dispositivos, como celulares, computadores etc, em nome da "inclusão digital"? Afinal, isso inclui a população ou a torna dependente e eterna consumidora?



O conceito de democratização da comunicação, da cultura e da informação que defendemos foi formulado por Eula Cabral e Adilson Cabral Filho no capítulo "Democratização da comunicação, da cultura e da informação no Brasil e o papel das rádios comunitárias", publicado na obra Democratização da Cultura, da Comunicação e da Informação na era digital​ (Cabral e Cabral Filho, 2024). Conceito trabalhado na pesquisa Cultura, Comunicação e Informação na era digital (Cabral, 2025) e na obra Economia Política da Comunicação, da Cultura e da Informação​ (2025).

 

No dia 8 de outubro de 2025, trabalhamos o primeiro desafio da democratização da comunicação, da cultura e da informação: reformulação das políticas públicas.

  

Explicamos que políticas públicas são conjuntos de normas, regras, programas, plano de ação, guia que tem como meta resolver problemas públicos que afetam a sociedade. Tem como atores: o Estado, o setor privado e a sociedade. Logo, essas políticas públicas são trabalhadas pelos governos, com a participação dos outros dois atores, assegurando os direitos dos cidadãos garantidos na Constituição federal.


Foi evidenciado que, se o foco é resolver problemas que nos atingem e garantir a nossa cidadania, não podemos aceitar políticas que ignoram a falta de cuidado com a população. Além disso, que o Estado não pode se omitir diante do poderio do mercado e que a sociedade precisa ter acesso ao conhecimento e não aceitar ser massacrada e enganada por conteúdos distorcidos e políticas públicas que não ajudam no exercício da cidadania.



A maioria dos lares do nosso país tem aparelhos de televisão, computadores, tablet, telefone móvel e internet. Os brasileiros são os maiores consumidores de redes sociais. Camardella (2025) registrou que, no Brasil, o WhatsApp, da Meta Platforms, tem 147 milhões de usuários e está em 99% dos celulares; Youtube, da Alphabet, tem 144 milhões de usuários mensais; Instagram, 141 milhões de usuários; e Facebook, 112 milhões de usuários - ambos da Meta Platforms.


Quando alguém só consome e não sabe como funciona a tecnologia, é mais fácil de ser manipulado e de se tornar dependente dos dispositivos e das inovações. Sem falar na dependência que coloca em xeque a mente das pessoas, distorcendo conteúdos a favor do aumento do lucro do mercado.


Quando uma pessoa tem conhecimento e consegue usar todas as facilidades das tecnologias, é possível criar inovações que auxiliarão a população e melhorará o dia a dia de todos. Elas poderão ser usadas para ajudar no aprendizado de crianças, jovens e adultos; em equipamentos e remédios que ajudarão na cura de doenças; em projetos que melhorarão a vida das pessoas nas cidades e no campo; na alimentação etc.


As novas tecnologias só são prejudiciais quando elas ficam totalmente na mão do mercado e sem legislação do Estado. Não se pode ignorar o fato que, para garantir a democracia e soberania nacional, é fundamental regulamentar e regular as novas tecnologias.


As pessoas não podem e nem devem ter medo da máquina e nem das novas tecnologias. Elas são feitas por e para cada cidadão.


O brasileiro é muito inteligente e criativo. Não pode se deixar abalar por países que são mais ricos financeiramente. Afinal, a única coisa que o dinheiro não compra e nem tira do ser humano é o conhecimento. Logo, é preciso seguir em frente e investir em educação, em conhecimento. A tecnologia só substituirá os que forem medrosos, acomodados e preguiçosos. E esses não são, nunca foram e nem serão os brasileiros.


Toda e qualquer tecnologia precisa ser entendida, aprendida e apreendida por seu usuário. "Ter" sem saber "usar" é permitir se deixar manipular.


Existem inúmeras instituições que oferecem cursos gratuitos na web sobre o uso das novas tecnologias. Cabe a cada brasileiro correr atrás e fazer diferença na era digital. Essa apropriação das novas tecnologias é apenas o segundo desafio que precisamos encarar para democratizarmos a mídia no Brasil.




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Autora: Eula D.T. Cabral 

Doutora e Mestre, com pós-doutorado, em Comunicação Social. 

Autora da obra Concentração da mídia no Brasil: radiodifusão e telecomunicações (2023). 

Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025.

*Mídia no Brasil é publicada toda quarta-feira no site EPCC.

 
 
 

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