Pesquisadora do EPCC tem pesquisa indicada ao Prêmio Capes de Tese 2025
- Julia Klein
- 3 de jun.
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A jornalista e pesquisadora do EPCC, Júlia Klein Caldas, que defendeu sua tese pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos, em outubro do ano passado, teve a pesquisa indicada ao Prêmio Capes de Tese 2025, que reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil, em diferentes áreas do conhecimento. Com o título “Discurso governamental no Twitter/X: a instalação da polêmica sobre covid-19, Amazônia e povos indígenas durante o primeiro ano de pandemia no Brasil”, o estudo abordou o discurso digital promovido por Jair Bolsonaro e Ricardo Salles (ex-ministro do meio ambiente) a respeito de temas sensíveis ao país durante os primeiros 12 meses da pandemia de covid-19, como Amazônia e povos indígenas, na rede social atualmente denominada como X (na época em que os dados da pesquisa foram gerados, a plataforma ainda era Twitter). O resultado final da premiação será publicado no Diário Oficial da União até o dia 01 de setembro.
A tese teve como base teórica a Análise do Discurso de linha francesa, com foco na Análise do Discurso Digital, teoria desenvolvida por Marie-Anne Paveau. O estudo também investigou a polêmica como modalidade argumentativa, a constituição do ethos tecnodiscursivo de Bolsonaro e Salles e a ressignificação tecnodiscursiva, como movimento de resposta e resistência frente às agressões linguageiras provocadas pelo governo de turno.
Júlia destaca a importância de promover uma reflexão crítica sobre os conteúdos gerados por representantes públicos nas redes sociais, além da urgente necessidade de uma regulação para as grandes corporações de tecnologia, não somente para evitar a propagação de notícias falsas, mas também garantir a responsabilização dos internautas e das próprias empresas, que permitem a circulação de conteúdos sem nenhuma verificação. A pesquisadora ressalta que é preciso rememorar as recentes tragédias provocadas pela gestão Bolsonaro e Salles para que elas nunca mais se repitam, somando esforços à luta pelo reconhecimento dos territórios ancestrais e, especialmente, contra a aprovação do marco temporal.
Para quem se interessar, a tese estará disponível no repositório da Unisinos a partir de setembro deste ano e, em breve, será publicada como artigo científico.
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