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Mídia no Brasil: Por que falamos sobre cultura, comunicação e informação na era digital? Parte 1

  • Foto do escritor: Eula D.T.Cabral
    Eula D.T.Cabral
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

Nos últimos anos, minhas pesquisas vêm pautando a cultura, a comunicação e a informação na era digital. E isso não é à toa. Observamos inúmeras transformações tecnológicas. Entretanto, diferente do que acontecia a alguns anos, as inovações passaram a invadir nossas vidas. A tecnologia digital passou a interferir e a influenciar a vida das pessoas.

Cultura, comunicação e informação na era digital são desafios que vêm sendo encarados pela sociedade, pelos governos e pelos empresários nos últimos anos. Observa-se que as novas tecnologias invadem os lares e atingem cada cidadão sob os ângulos sociais, culturais, econômicos, políticos e midiáticos.

 

Por outro lado, não se pode ignorar que o brasileiro é um consumidor midiático. No Brasil, a televisão aberta e o rádio chegam em mais de 90% das residências, por exemplo.


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2025), em sua publicação Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que analisou o tema Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal em 2024, os aparelhos de televisão estão em 93,9% dos domicílios particulares permanentes do país, 86,5% têm acesso à TV aberta e 43,4% ao serviço pago de streaming. Quanto à TV por assinatura, 24,3% dos domicílios têm acesso ao serviço de televisão por assinatura.

 

Em relação ao uso do telefone, a PNAD Contínua (IBGE, 2025) identificou que o móvel celular estava em 97% dos domicílios e o fixo convencional, em 7,5% dos lares. No que tange à internet, verificou-se que era utilizada em 93,6% dos domicílios permanentes, sendo o celular o equipamento mais usado para navegar na rede (98,8%). As três finalidades de acesso à internet: Conversar por chamadas de voz ou vídeo (95%); Enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (90,2%); Assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,5%).

 

É importante ressaltar que, mesmo que a convergência tecnológica exista na mídia, no Brasil, quando falamos em legislação, a área de radiodifusão é separada das telecomunicações. E o mais interessante é que a internet vem sendo colocada como uma terceira área. São vistas como setores distintos, com legislações diferenciadas.

 

No caso da radiodifusão, verifica-se um modelo de exploração de emissoras de rádio e TV por grupos privados brasileiros comandados por políticos, famílias e igrejas. Os dispositivos legais não são cumpridos, resultando em falta de diversidade e de pluralidade do conteúdo exibido no país. Além disso, é fato que os grupos de mídia exercem influência determinante na elaboração de políticas em suas áreas de atuação.

 

Na área de radiodifusão, cinco conglomerados nacionais midiáticos atingem quase 100% do território brasileiro. São eles: Rede Globo, SBT, Bandeirantes, Record e Rede TV! E esses grupos vêm investindo na digitalização. Todos estão no mercado de streaming.

 

Além da concentração na área de radiodifusão e feita por proprietários brasileiros, na de

telecomunicações o agravante é que todos os proprietários são estrangeiros e atingem quase 100% do território nacional. São eles: Vivo; Oi; Claro; Tim e SKY. Atuam na área de telefonia fixa e celular, banda larga e TV por assinatura.


Na internet, também só temos estrangeiros invandindo o nosso cotidiano. Precisamos entender mais sobre esse tema e lutarmos por políticas públicas que defendam a vida das pessoas e nossa soberania nacional? Com certeza! Na próxima semana falaremos mais sobre o tema.

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Autora: Eula D.T. Cabral  

Doutora e Mestre, com pós-doutorado, em Comunicação Social.  

Dentre suas obras, destacam-se: o livro Concentração da mídia no Brasil: radiodifusão e telecomunicações (2023) e o projeto de pesquisa  Cultura, Comunicação e Informação na era digital (2025).  

Rio de Janeiro, 10/12/2025. *Mídia no Brasil é publicada toda quarta-feira no site EPCC.

 
 
 

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